Há mais de um mês as fortes chuvas causaram um grande desabamento no calçadão da avenida Roberto Freire. O trecho em frente à Feira de Artesanato de Ponta Negra ainda se encontra interditado e passa por uma reforma, mas a demora com a conclusão das obras no calçadão tem chamado a atenção de populares, que alertam para acidentes na região. Outros reparos emergenciais são necessários em diversos pontos da avenida, que sofre com o lixo e a vegetação alta.

O prejuízo com lentidão da obra vai além da possibilidade de acidentes no trecho. A situação atrapalha também o turismo no Estado, que já vem sofrendo com os altos índices de violência nas últimas semanas. Segundo o morador Edilson Lima, de 56 anos, a situação tornou-se um descaso e afasta novos visitantes. “Parei aqui próximo ao carro e vim olhar a cratera. É um descaso. Acho que já faz mais de um mês que isso aqui caiu com as chuvas. Infelizmente é um risco para os pedestres, já que pode causar acidentes. Além de afastar turistas, já que é em frente à Feira de Artesanato”

Alguns dos mais afetados pelo trecho inconcluído são os comerciantes. A lojista Yanara da Silva, da Feira de Artesanato, alerta para os riscos de acidentes, já que todas as pessoas que andam pelo calçadão têm que contornar o local invadindo a pista da Roberto Freire. “Faz um bom tempo já [que desabou]. É complicado para o pessoal andar depois que caiu a calçada. O trecho que desabou não é tão grande, mas faz uma diferença já que a pessoa tem que contornar o local em meio aos carros. É perigoso”.

De acordo com a comerciante Júlia Ribeiro, as chuvas trouxeram o problema, mas a demora na recuperação do local acabou atrapalhando o visual da cidade. “Foi muita chuva e acabou desabando. O problema específico é a chuva. Acaba atrapalhando o comércio de uma certa maneira, porque querendo ou não os turistas passam por aqui, então acaba que atrapalha um pouco, sim. Atrapalha até visualmente e pode causar acidentes. Eu creio que estão tentando resolver. Estamos esperando”.

A Defesa Civil do Município mantém o local isolado desde 18 de março, dia do desabamento. Naquele momento, diversos trailers comerciais que ocupavam o entorno ficaram impossibilitados de permanecer e foram realocados. Atualmente, o local está em obra. Segundo o Departamento de Estradas (DER), a previsão para reparação do trecho vai até o fim do mês de maio, a depender das chuvas.

Vegetação e lixo atrapalham a avenida

Outra situação que chama atenção de quem trafega pela Roberto Freire é a vegetação alta e o acúmulo de lixo nos canteiros centrais. A longa avenida que encaminha os turistas para a praia de Ponta Negra sofre com a falta de cuidados permanentes. Atenções que não deveriam ser só da prefeitura, mas também dos moradores próximos, aponta o motorista por aplicativo José Máximo, de 47 anos. Ele afirma que a responsabilidade também poderia ser compartilhada com os proprietários dos estabelecimentos próximos.

“A gente não deve só esperar pela prefeitura. Às vezes as pessoas julgam muito o prefeito e o governo, mas não fazem a sua parte também. Tipo, quando tem alagamentos. Quantas pessoas não jogam copos nas ruas? Uma garrafa? É complicado”, disse José.

Quem caminha pela avenida principal percebe o avanço da mata, que faz com que o pedestre contorne diversos locais para ultrapassar. A situação semelhante é vista no calçamento, onde a vegetação se espalha pela rua e prejudica a visão da praia mais popular da cidade. Segundo a Prefeitura, por meio da equipe de limpeza que estava no local, o nivelamento da vegetação está previsto para ser executado por completo dentro de um mês. A supervisão se estenderia do trecho próximo ao supermercado Nordestão até o anel viário da Via Costeira Senador Dinarte Medeiros Mariz.