A prefeitura de Natal pretende começar a construir, ainda no primeiro semestre de 2023, uma trincheira no cruzamento das avenidas Hermes da Fonseca e Alexandrino de Alencar, no bairro Tirol, Zona Leste de Natal.

A licitação foi concluída e homologada no Diário Oficial do Município na última segunda-feira (24), ao custo de R$ 24,2 milhões. A empresa vencedora foi a Potiguar Locações e Eventos Eireli.

O prazo para início da obra não foi definido, porque ainda há trâmites burocráticos a serem concluídos, especialmente por envolver recursos federais, segundo explicou Newton Filho, diretor de planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU).

Porém, o cronograma oficial prevê 10 meses de obras, entre a preparação das vias que servirão de desvio e a efetiva construção da trincheira.

Segundo Newton, a obra faz parte do plano de governo da atual gestão e é prevista há vários anos, como uma das alternativas para desafogar o trânsito, especialmente na avenida Alexandrino de Alencar.

“Não é uma discussão recente. Estudos de tráfego que foram contratados pela prefeitura identificaram que naquela região há picos acentuados e previsão de crescimento do tráfego nos próximos 10 anos. Sem a mudança, aquela região poderá colapsar”, afirmou.

De acordo com ele, a prefeitura prevê intervenções em vários cruzamentos da avenida Hermes da Fonseca, no trecho que vai da avenida Alexandrino de Alencar até a avenida Amintas Barros. No entanto, esse foi priozizado.

Pelo cruzamento entre as avenidas Hermes e Alexandrino passam cerca de 60 mil carros diariamente, e cerca de 200 mil pessoas que são afetadas pelos congestionamentos, segundo a STTU.

De acordo com o diretor, um dos objetivos da obra é desafogar o trânsito no sentido a bairros como Nova Descoberta, que têm poucas opções de acesso devido a área do Parque das Dunas e concentram órgãos públicos, tribunais, comércios e vários imóveis residenciais.

Newton reconhece que a obra não vai resolver, a princípio, o problema dos congestionamentos na avenida Hermes da Fonseca, mas defende que a trincheira será o primeiro passo para resolução dos problemas.

“Vai liberar principalmente os acessos da Alexandrino de Alencar, que tem um problema crônico, com a quantidade de veículos que tentam passar a Hermes da Fonseca e ficam retidos. Essa retenção chega até a Prudente de Morais no fim da tarde. Não solucionará definitivamente o problema da Hermes da Fonseca, mas é o primeiro passo para a solução na Hermes e Salgado Filho”, considerou.
Com a conclusão da trincheira viária, veículos que seguirem pela avenida Alexandrino de Alencar passarão por baixo da avenida Hermes da Fonseca, sem esperar abertura de semáforos, como ocorre atualmente.

Sobre as críticas de comerciantes que atuam perto do cruzamento, preocupados com o impacto da obra e da presença da trincheiro sobre os negócios, Newton argumentou que a divergência é normal, mas que o município precisa agir visando o bem da maioria.

“Nunca há consenso nas modificações em uma cidade, mas é preciso enxergar, enquanto política pública, o que a maioria precisa. São 60 mil veículos, cerca de 200 mil pessoas afetadas diariamente por ausência de infraestrutura”, considerou.

A construção da trincheira vai demandar diretamente cerca de R$ 17 milhões. O restante do recurso da obra será aplicado, segundo a STTU, no preparo das avenidas que funcionarão como desvios antes da obra e acessos importantes, após a conclusão dela, como é o caso da avenida São José. As vias receberão recapeamento, sinalização e serviços de acessibilidade.

Ainda de acordo com a STTU, a obra vai acontecer em formato modular, a fim de evitar a interdição total do cruzamento durante a construção da trincheira. Os desvios serão divulgados à população antes do início de cada fase, segundo o engenheiro.