Archie Battersbee, de 12 anos, morreu em Londres neste sábado (6), às 12h15 (8h15 no horário de Brasília), depois de ter ficado quatro meses em coma, em estado de morte cerebral. Ele era mantido vivo por meio de aparelhos em um hospital, que somente agora conseguiu permissão para desconectá-lo, após uma batalha judicial movida pelos pais do garoto, Hollie Dance e Paul Battersbee, contra o sistema de saúde britânico.
"Archie lutou até o fim, estou orgulhosa de ser sua mãe", disse Hollie em entrevista à TV.
Em 7 de abril, a mãe encontrou Archie inconsciente em casa, com sinais de que havia prendido o pescoço para dificultar a respiração, provavelmente como parte de um desafio online, popular na rede social TikTok. Trata-se do Blackout Challenge, ou "Desafio do Apagamento", do qual, ao que se sabe, também foram vítimas cinco crianças dos Estados Unidos, um garoto da Austrália e uma menina da Itália, todos com danos causados pela diminuição de oxigênio no cérebro.
Em meados de julho, a Justiça britânica autorizou o hospital a interromper os tratamentos que mantinham o menino vivo, que incluíam ventilação mecânica em combinação com medicamentos. Os médicos confirmaram que se tratava de um caso irreversível, o que justificava a decisão.
Entretanto, os pais de Archie, com o apoio de uma organização cristã, não aceitavam o diagnóstico e a determinação judicial. Eles desejavam que o filho fosse mantido vivo até que tivesse uma morte natural, e entraram na Justiça com vários recursos.