O anúncio de Vladimir Putin de aumento do recrutamento militar para reforçar a invasão da Ucrânia por Moscou mostra que o presidente russo “foi enganado” por Kiev, disse a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, à CNN em uma entrevista exclusiva e abrangente.
A nova líder britânica, que assumiu o poder em um momento de turbulência histórica, disse a Jake Tapper, da CNN, no “Estado da União”, que Putin ordenou uma escalada militar imediata “porque não está vencendo”.
“Ele cometeu um erro estratégico, invadindo a Ucrânia”, disse Truss em sua primeira entrevista a uma rede americana, que foi ao ar neste domingo (25).
“Acho que ele foi superado pelos ucranianos. Vimos os ucranianos continuarem a recuar contra a ofensiva russa. E acho que ele não antecipou a força da reação do mundo livre.”
Truss, que foi convidada a formar um governo pela rainha Elizabeth II apenas dois dias antes da morte do monarca, assume o comando de uma nação em crise econômica.
Na sexta-feira, em seu primeiro grande movimento como líder do país, Truss anunciou enormes cortes de impostos em um volume não visto desde a década de 1970, levando os mercados do Reino Unido a uma queda e levando a libra ao seu nível mais baixo em relação ao dólar desde 1985.
Dois dias antes, em Nova York, Truss e o presidente dos EUA, Joe Biden, realizaram sua primeira reunião bilateral desde que ela assumiu o cargo.
Em uma entrevista subsequente em Downing Street, Truss disse à CNN que Washington “é um parceiro incrivelmente próximo”, mas não reverteu comentários controversos que ela fez no ano passado quando era secretária de Relações Exteriores, nos quais descreveu o relacionamento EUA-Reino Unido como “especial”, mas não exclusivo”.
“Acho que nosso relacionamento é especial e cada vez mais importante em um momento em que enfrentamos ameaças da Rússia, maior assertividade da China. Você sabe, nós dois somos democracias amantes da liberdade. Temos uma conexão tão forte”, disse ela a Tapper.
“Tive uma ótima reunião com o presidente. Conversamos sobre muitos, muitos assuntos. Mas o cerne disso, o cerne disso, é nossa crença na liberdade, nossa crença na democracia. E é nisso que precisamos continuar trabalhando, porque enfrentamos um mundo cada vez mais inseguro.”